O que é o contemporâneo? Provocação pandêmicas!

08:06


 

Disciplina: EDCA33- EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E TECNOLOGIAS

Discente: Rafael Pepe de Araújo Góes

 

 

O que é o contemporâneo? Provocações pandêmicas !

Em meio a tantos desencontros o período pandêmico e suas penumbras, permite um pouco mais de consciência sobre as sombras produzidas pela luz da razão, e o que é ser contemporâneo se não ter a capacidade de perceber as escuridões, futucar e remexer com as próprias sombras percebendo como elas nos controlam ?

Após um ano de mortes, enclausuramento, notícias, muitas noticias, algumas boas outras nem tanto, nossa a visão que costumava ser focada em um ponto único se dissipou com com cair das luzes ao  desvanecer das rotinas e aparente controle. A a luz que vemos comumente concentrada por meio do prisma chamado razão conjumina e concentra o espectro de sete corres visíveis aos olhos humanos em apenas uma cor, a luz branca. 

Giorgio Agamben traz um interessante exemplo sobre o nosso olhar e a escuridão, segundo ele quando estamos na escuridão se ativa mais fortemente a visão periférica, portanto uma visão muito mais ampla do que quando estamos submetidos a luz que nos foca em pontos fixos. Por outro lado, quando há penumbra a visão periférica se amplia.

Ser contemporâneo nesse contexto não significa o que comumente se imagina, o de viver o espírito de sua própria época, se aproximar do mais moderno e atual. Como bem nos traz Sigmund Freud possuímos em nossas mentes duas fortes pulsões, a pulsão de vida e a pulsão de morte, o Eros e o Tanatus, o amor e a destruição não havendo no entanto competição entre ambos no entanto estes caminham juntos dentro das mentes humanas.

 Friedrich Nietzsche grande crítico do iluminismo reputado por muitos como o primeiro pós moderno em uma visão filosófica em sua obra o Nascimento da tragédia dois aspectos inerentes ao humano, O Dionisíaco, irracional criatura bacante e o Apolíneo, o racional o lógico, assim como em Freud não existe competição entre eles mas possuímos ambos.

 Em tempos pandêmicos, contemporâneo não é aquele que olha fixo para a eminente salvação iluminada das vacinas que estão por vir, ele pode perceber o não dito o não visto,  o contemporâneo de sua época penetra o véu da penumbra, enxerga o periférico procurando de maneira intempestiva transformação, vivendo o já, mas ainda não, o demasiado precoce ou o tarde de mais, vivendo o desde, entre a partir de e por, o descontinuo em continuidade.

 

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2 comentários

  1. Passear pelo conceito do que vem a ser contemporâneo para Agamben, a partir de uma perspectiva psicanalista pode auxiliar até no reequilíbrio dos nossos chakras. A Psicologia Analista, teoria criada por Carl Gustav Jung, discípulo de Freud vai ainda mais longe nessa cura prânica...
    A compreensão da psiquê humana e seus desdobramentos somáticos nos auxilia a compreender a metáfora de luz e sombra que Agamben nos apresenta e então situarmos a nós mesmos na comprometedora descoberta de quem é e quem não é contemporâneo a seu tempo, de forma bem didática.
    Segundo Jung, a individuação é o caminho central para o desenvolvimento humano. De forma resumida, o sujeito mergulha em si para alcançar conteúdos velados, “guardados” na chamada sombra e então poder integrar seus opostos.

    A famosa jornada do herói, no pensamento do filósofo Joseph Campbell.

    Esse processo é algo complexo, uma vez que o indivíduo julga ter certeza sobre quem ele é e quando menos espera, se dá conta que vivia numa matrix... O dado como conhecido (visto porque iluminado) são cortinas de fumaça camuflando os verdadeiros processos, os bastidores (a sombra do presente) que sustentam e justificam o modus operandi do indivíduo. Através do diálogo terapêutico, mergulhando fundo nessa escuridão é dada a possibilidade compreender (luz invendável) e então modificar a realidade (interpolando o tempo).
    Há exato um ano atrás explode uma uma pandemia global, na qual o Brasil atualmente lidera como pior exemplo de enfrentamento e combate ao vírus. Fomos obrigados a interromper as aulas presenciais nas universidades. Interpreto as ações da UFBA como contemporâneas no tempo-espaço sociopolítico brasileiro. O semestre anulado serviu para um aprofundamento na escura e densa realidade brasileira. Tivemos o inovador semestre suplementar teste. Caótico feito a visão após o flash. Aqui estamos ressignificando o caos, alterando as rotas, alimentando o imaginário, que tanto deseja retornar à convivência acadêmica de forma presencial, virtualmente.

    Como foi possível inaugurar tão rapidamente cursos até ontem presenciais para a virtualidade? Considerando os cortes nas verbas destinadas à educação, o sucateamento dos espaços físicos, sofrendo ameaças no campo dos direitos trabalhistas e promessas de censura entre outros desafios?
    Certamente, envolvidos neste processo estiveram pessoas engajadas, que viram além da realidade artificialmente iluminada, dada como pronta, e coletivamente atravessaram a cortina de fumaça, interpolaram o tempo dentro da escuridão presente quando descobriram formas de exercer a sua cidadania alterando o futuro de muitos.

    Inevitavelmente somos mestres e doutores em 2022 graças aos contemporâneos de hoje!

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  2. Importante vc trazer a questão das vacinas Rafael, para pensarmos o nosso tempo. Frente ao desespero do descontrole da pandemia, a vacina está sendo vista como a salvação, é verdade, como um remédio que, por si só, nos tirará da catástrofe. Passamos de um contexto coletivo para um individual: "eu tomo a vacina, eu estou protegido!". No entanto, para superarmos a pandemia, muitas outras medidas precisam ser implementadas, tanto na área da saúde, como na econômica, na política, na comunicação, da educação... Sem a compreensão da complexidade da realidade pandêmica, e sem medidas políticas abrangentes, que ataquem em todas as frentes, não superaremos o atual estado em que nos encontramos.

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