Liberdade, ainda que tardia
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Disciplina: EDCA33- EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E TECNOLOGIAS
Discente: Rafael Pepe de Araújo Góes
Software
livre
Liberdade, ainda que tardia:
O uso e implementação dos softwares livres
seja na área da educação, uso particular, comercial, corporativo dentre outros,
é acima de tudo uma forma de se colocar politicamente. Visto que o software
livre é por definição algo que pode ser usado, distribuído, modificado,
estudado, reprogramado e adaptado de acordo com as necessidades de seu
interlocutor (interagente).
A defesa e utilização do software livre,
programas navegadores que possuem código de fonte abertos simboliza também a
luta pela soberania nacional, independência social, econômica e política tanto
do país quanto de seus nacionais no que diz respeito as liberdades de escolha,
livre pensar e acessibilidade a diferentes formas e modelos de uso das máquinas
e rede.
Os softwares proprietários, aos quais a maior
parte da sociedade brasileira está familiarizada são softwares proprietários, em
oposição aos softwares livres, estes possuem direitos exclusivos e dependem de
licenças especificas mediante a pagamento, por sua vez tem sua redistribuição
proibida por lei, sendo restritos a determinados tipos de uso. Diferente dos softwares
livre os softwares proprietários não são auditáveis, não sendo possível estudar,
alterar e ou descobrir como e de que forma funcionam e foram programados.
Há no entanto um grande desconhecimento do
que são os softwares livres, como funcionam e do que se tratam, por vezes navegadores
como o Mozilla Firefox que é um software livre, assim como sua versão Thunder Bird
que sendo um programa de e-mails (SCHAEFFER, 2020). A falta de conhecimento
assim como a dificuldade em utilizar os programas livres está relacionada em
grande parte com os interesses econômicos e políticos tanto das grandes
corporações que produzem os softwares proprietários quanto aos planos de
governo nacionais de cada país que por vezes são agenciados e cooptados por
grandes empresas em um movimento de aparente troca.
Na primeira
década dos anos 2000 a partir de decreto e articulações nacionais e políticas
voltadas aos programas de educação no brasil passou-se a ser utilizado em todo
o território brasileiro o uso e instalação de softwares livres nas escolas e órgãos
públicos (BONILLA, 2012, p.1). Contudo vale ressaltar que sem as devidas
capacitações, familiarizações assim como devido acesso a rede tanto para os
estudantes quanto para os professores e funcionários públicos, o uso dos programas
livres passa ser visto e entendido por muitos enquanto algo distante, de difícil
utilização e ou somente como redução de custos da máquina pública (BONILLA,
2012, p.11).
A cultura livre tem como seus principais pilares
quatro “liberdades” de acordo com a Licença publica geral (GVL) sendo
conhecidas como as três regras, sendo a primeira conhecida como liberdade 0
onde interagente possui a liberdade de executar o software para qualquer propósito,
a liberdade 1, acesso ao código fonte, sendo possível adaptá-lo, alterar o
programa de acordo com sua vontade visto que o código de fonte é aberto, a
liberdade número 2 que prevê a redistribuição de cópias a quem interessar
possa, sendo está distribuição gratuita ou não pois as benfeitorias realizadas
no programa por quem o alterou permite inclusive a liberdade de cobrar pela mesma,
funcionando por vezes enquanto um incentivo. A terceira liberdade consiste na
liberdade de alterar o programa incluindo sua divulgação e compartilhamento
para com a comunidade, fato que não é possível em programas que dependem de
licenças, já que estes não permitem edições tampouco atualizações em rede e por
seus utilizadores (SCHAEFFER, 2020).
Apesar das potencialidades dos usos e
implementações dos softwares livres nas escolas e instituições públicas
brasileiras é necessário não somente o aporte técnico e qualificação para o seu
uso como a liberdade de uso de maneira ampla, não somente como adaptação, pois
da forma como o software Livre de origem finlandesa e americana foi implantado nas
escolas do Brasil, vinculado ao sistema Metasay, termina-se por reproduzir a
lógica dos usos de softwares licenciados onde há um atrelamento de seu funcionamento
(BONILLA, 2012, p.9). Além da dependência para com o sistema Metasay, as
adaptações realizadas para o Linux Educacional implantado nas escolas públicas nacionais,
diversas incongruências terminam por minar o objetivo e os pilares da cultura
livre, sendo, portanto, dificultoso o uso e interação com o software, não
havendo liberdade para editá-lo de forma plena.
Bibliografias Consultadas:
SCHAEFFER, Rodrigo. Software Livre. Dicionário de
Informática. 2020. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=0k7wwLTud9Y>
Acesso em:
17 Abr. 2021
1 comentários
O grande problema das políticas públicas está na adoção da lógica do mercado, inclusive com a adoção de sistemas produzidos por essas empresas, como foi o caso do metasys para os laptops do Projeto UCA - https://www.metasys.com.br/ - a partir de 2010. Hoje, os governos estão atrelados ao google for education... muitos outros exemplos podem ser citados! Por outro lado, quando o sistema é desenvolvido pelas instituições públicas, como é o caso do Linux Educacional, também mantém a lógica proprietária da centralidade das decisões (o modelo catedral (Raymond - https://www.ufrgs.br/soft-livre-edu/arquivos/a-catedral-e-o-bazar-eric-raymond.pdf). Precisamos é de comunidades de desenvolvedores de softwares livres para a educação brasileira, como forma de fortalecer a tecnologia nacional e formar os brasileiros para o desenvolvimento tecnológico.
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