Inclusão Exclusiva
08:32
Disciplina: EDCA33- EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E TECNOLOGIAS
Discente: Rafael Pepe de Araújo Góes
Inclusão
Digital
Inclusão Exclusiva:
Em um país de dimensões continentais como o
Brasil, tão extenso e diverso existem grandes desigualdades, em se tratando das
questões de inclusão e participação no meio digital as discrepâncias são ainda
maiores, segundo o Professor André Lemos em entrevista digital no encontros
universitários 2019 para a Universidade Federal do Ceará, “Desafios da
Universidade e da Educação Pós-Pandemia”, cerca de 40% do Brasil não tem acesso
amplo a internet, a disparidade cidade campo é ainda maior.
As
diferentes regiões do país acessam as redes de forma desigual e inequânime, As regiões
Sul e Sudeste possuem um número de maquinas conectadas a internet banda larga assim
como quantidade de computadores per capta muito superior aos encontrados na
regiões norte e nordeste, sendo um reflexo das desigualdades sociais no brasil
que tem cor e CEP bem delimitados.
Somado as dificuldades do Brasil como um todo
em fornecer uma rede banda larga de qualidade, notadamente há diferenças claras
ao se abordar a inclusão digital em solo brasileiro, há por vezes a falsa
sensação de inclusão quando em realidade grande parte da população é apenas
consumidora, visto que muito utilizam a rede por meio dos telefones celulares
em planos de acesso pré-pago onde há restrições, delimitações do tempo, acesso
e até mesmo conteúdo.
Usar aplicativos de delivery, redes sociais e
de paquera permite a seus usuários (consumidores) a sensação de participação
ativa, no entanto há no tocante ao tipo de acesso a diferença entre os interagentes
e os interagidos (Lemos, 2019). Se por um lado existem escolas e instituições públicas
recheadas de computadores, laboratórios de informática, há a cultura no
imaginário popular de que os jovens de baixa renda não tem capacidade para
utilizar as máquinas, portanto apesar da possibilidade hipotética de acesso as
maquinas por vezes se depara com a barreira do discurso não dito acobertado
pelo pretenso ideal de conservação do patrimônio. Não sendo incomum a presença de
máquinas e laboratório de informáticas intocados a mais de 20 anos, como sabemos
a obsolescência tanto natural quanto programada faz com que computadores lacrados
ainda com Windows 95 não sejam utilizáveis nos dias atuais.
Tornando então aqueles computadores peças de
museu, anacrônicos, intocados, verdadeiros totens. Há, portanto, no Brasil um
processo de inclusão via exclusão, visto que os prossumidores, aqueles que são consumidores
que também produzem o seu próprio conteúdo sendo auto publicador de si são
minoria.
Bibliografias Consultadas:
LEMOS, André. Desafios da Universidade e da Educação
Pós-Pandemia: Universidade Federal do Ceará (UFC). 2019. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=EKK_wfSIc-E>.
Acesso em: 11 Abr. 2021.
ALMEIDA,
Virgílio. GREVE, Fabíola. VIEIRA, Fabíola. Mundo Digital é Governável? TV UFBA
2021. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=w_N0GRF22bo>.Acesso
em: 12 Abr. 2021.
1 comentários
É isso mesmo Rafael, sob o discurso da inclusão alimentamos um modelo excludente, que relega os sujeitos a meros consumidores (ou nem isso, quando nem acesso se tem...). Ter a posse do dispositivo não significa ter acesso a ele, e ter acesso não significa saber utilizar todas suas potencialidades. Conhecer essas potencialidades, atuando como produtor de conhecimentos, informações e cultura não interessa ao modelo excludente, mas interessa às populações que se encontram às margens do modelo hegemônico. Por isso, é nessa direção que precisamos atuar e formar.
ResponderExcluir