Indução Indutiva, Redução Dedutiva.
09:49
Disciplina: EDCA33- EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E TECNOLOGIAS
Discente: Rafael Pepe de Araújo Góes
Internet das Coisas/ Cultura Algorítmica/
Proteção de Dados.
Indução Indutiva, Redução Dedutiva.
“Sou uma coisa que
pens que é uma coisa que pensa”, assim concluiu em suas Meditações o filosofo e
matemático francês Réne Descartes, mas até que ponto somos de fato donos de
nossos pensamentos e escolhas? Em pleno Século XXI frente a um mundo interconectado,
unindo humanos e outros seres bióticos, como objetos não vivos capazes de gerar
e receber dados.
Se por um lado o pensamento e as meditações de Descartes
ecoaram e ecoam no mundo de hoje, permitindo o desenvolvimento da Ciência e sua
separação da religião por meio do método científico, culminando nos avanços e possibilidades
que do mundo moderno. A cultura algorítmica, utilização da internet, assim como
os objetos e pessoas conectados a ela (internet das coisas), proteção de dados,
ou falta dela geram bolhas, verdadeiras falhas na matrix, um looping eterno de
retroalimentação de dados baseados em padrões, mas quem decide qual será o
padrão adotado? O real e o virtual torna-se
então um eterno Déjà vu.
A cada clique deixa-se rastros, a cada “like”
gera-se informações, a cada interação traçam-se perfis de receptividade ou
repulsa acerca de conteúdos e informações, há inclusive algoritmos desenhados
para mimetizar e “aprender” com as ações humanas, não sendo em comum a
repetição de comportamentos racistas e homofóbicos por programas que ao
mimetizar o comportamento humano traduzem para a linguagem binária a violência
criminosa de comportamentos humanos.
“Penso logo existo” segundo Descartes a consciência precede
o próprio corpo físico e a ação, só sendo possível termos certeza de nós no
muno por meio dela, não existindo, portanto, o mundo e não sendo possível existir
no mundo sem que haja a consciência e ciência sobre a mesma. Mas até que ponto
podemos ter certeza de que os pensamentos que nos chegam e nos transpassam são
de fato nossos? No mundo Digital, previsões precedem e predizem nossas ações
antes mesmo de executamo-los, sendo assim o direito de escolha nos chega condicionado,
portanto, em um mundo mediado por algoritmos onde a internet das coisas está cada
vez mais presente, contestar o que está posto faz-se necessário visto que
nossas informações são monetizadas e motizaveis.
Portanto o direito
ao entendimento dos dados, auditação dos algoritmos aos quais estamos
submetidos além de um direito é uma necessidade, sendo o direito de escolha
assegurado tanto no mundo On-Line como off-line-line, já que ambos estão
conectados e hibridados.
Bibliografias Consultadas:
BAUMAN, Zygmunt. 44 Cartas do mundo líquido moderno. São Paulo: Jorge Zahar, 2011.
DESCARTES, René. Meditações
Metafísicas. Trad. Maria Ermantina de Almeida Prado Galvão. São Paulo: Martins
Fontes, 2011
1 comentários
Rafael, a pergunta que vc faz: "Mas até que ponto podemos ter certeza de que os pensamentos que nos chegam e nos transpassam são de fato nossos?" é instigante, pois como seres sociais, todos nossos pensamentos são transpassados pelas experiências vividas e pelas relações estabelecidas, seja no mundo online ou offline. Então, a questão não está em questionar nossos pensamentos e sim as experiências que nos são impostas, as relações que nos induzem a pensar e agir de determinadas formas. Por outro lado, não podemos ficar fora da equação, somos partícipes desse processo, e à medida que não nos colocamos num lugar de crítica, de tensionamento ao que nos chega, nos submetemos, acolhemos um ideário produzido fora. É contraditório, complexo, ambíguo, como tudo na vida!
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