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Quem não é visto, não é lembrado.

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Disciplina: EDCA33- EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E TECNOLOGIAS

Discente: Rafael Pepe de Araújo Góes

 Redes sociais, narrativas midiáticas.

Quem não é visto, não é lembrado.

 

 Em meio a liquidez dos tempos modernos vive-se a fluidez das relações, esvaziadas pela tendência do mundo digital, onde, quem não é visto não é lembrado. Diariamente pessoas de todas as nacionalidades, etnias, classes sociais, orientações sexuais e faixas etárias entram em contato com as redes sociais e suas respectivas narrativas midiáticas.

Informações, notícias, propagandas e questões políticas são veiculadas e produzidas sob medida com vistas a gerar o maior impacto possível sobre seus interlocutores. O século XXI, sobretudo a intercessão entre o final da primeira década e o começo da segunda são marcados pelo crescimento global exponencial do número de indivíduos interagentes das redes sociais.

Se por lado há uma assimetria fortemente marcada por condições sociais e econômicas na quantidade e qualidade do uso da rede global de internet, existe um grande aumento no número de indivíduos que possuem aparelhos celulares e acesso a redes sociais vinculadas ao grupo FaceBook, como o Instagram e WhatsApp, por vezes estes aplicativos já vem instalados nos aparelhos celulares assim como o micro blog Twitter fundado em 2006 por Jack Dorsey.

A interação entre pessoas torna-se cada vez mais rápida, acelerada, individualizada, seletiva, organizada algoritmicamente para unir pessoas com interesses e padrões de comportamento similares. Surge então o fenômeno das “bolhas”, não sendo incomum a formação de grupos criminosos, extremistas radicalizados e radicalizantes em redes sociais.

As relações entre pessoas no ambiente digital tornam-se atrativa pela facilidade em conectar-se e mais especificamente pela capacidade de desconectar-se, De acordo com Zygmunt Bauman as amizades do tipo facebook são extremante atraentes pois diferentemente da vida cotidiana em que os indivíduos são forçados a conviver com quem não concordam ou sentem interesse, no ambiente digital para excluir uma pessoa basta um clic, um simples clic, indolor, inodoro e insípido.

 As redes passam a funcionar como referências, espelhos distorcidos do mundo presencial, um espaço egóico, hedonista e fragmentado, ali é mostrado, enaltecido e disseminado o que agrada a programação algorítmica pré-estabelecida. Enquanto uns são catapultados recebendo milhares e milhões de likes e visualização, outros nunca alçam voo.

O engajamento, número de curtidas, comentários e visualizações nas redes sociais, e a tão almejada fama, podem inclusive significar a monetização dos conteúdos. A realidade dos digitais Influencers, blogueiros famosos e celebridades da internet funcionam como um reforço positivo para as ditas “pessoas comuns”, ao reconhecer em seus “influenciadores” a possibilidade de ascensão no mundo On-line e eventualmente Off-line enquanto reflexo do mundo On, pessoas de todas as idades e classes sociais produzem conteúdo nas redes, seja para demarcar sua existência, reafirmando-se a cada instante com frases ou fotos, seja para alcançar o reconhecimento.

 


Bibliografias Consultadas:

 

BAUMAN, Zygmunt. 44 Cartas do mundo líquido moderno. São Paulo: Jorge Zahar, 2011.

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1 comentários

  1. Importante a gente analisar essa questão dos blogueiros famosos, catapultados pelos likes, mas visando a monetização. Essa é apenas uma outra faceta da chamada "inclusão" - o uso de uns poucos como "exemplos", ícones, a face de um(a) vitorioso(a), a ser exibido para culpabilizar os que não alcançam esse sucesso, atribuindo a estes o rótulo de incompetentes, preguiçosos, inúteis. É a estratégia do capital potencializada pelos algoritmos: muito sucesso e dinheiro para poucos!

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